quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

OBRIGADO LEONOR

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O tema da tarde foi sobre as barreiras arquitectónicas e responder algumas perguntas, foi muito bom e gerou-se uma tertúlia muito interessante, as perguntas fugiram um pouco ao tema, o que foi interessante, porque antes de falar em barreiras arquitectónicas há que falar em barreiras de mentalidades.

Comecei por deixar algumas ideias:

Um arquitecto quando projecta um edifício, projecta-o com janelas para as pessoas terem claridade. Não pensa muito no motivo, também não pensa que é obrigatório por lei uma casa ter janelas, quem diz janelas, podia dizer mil e uma coisas… essenciais para o edifício funcionar, mas destas mil e uma coisas que sem elas um edifício não funciona. São as adaptações para pessoas com deficiência.
Eu disse adaptações!
Disparate!...
Perdoem-me se as janelas não são adaptações, as rampas, os wc para pessoas com deficiência, enquanto, não fazer parte na normalidade do projecto do arquitecto e ficar depois nas adaptações eu não me sinto integrado, mas adaptado.
Quando era estudante aprendi que o ser humano é constituído por dois sexos, quando vou aos wc dos edifícios públicos não sei bem qual a minha sexualidade. Tenho três casas-de-banho, senhores, homens e deficientes, será que uma pessoa deficiente é um anjo?... não tem sexo?
Sinto a solução melhor a nível ético e ficava mais barato era ter só duas casas de banho com portas mais largas e um sanitário adaptado para deficientes.
As vezes só para rir... Fica-se numa fila para o as para pessoas com deficiência desocupadas à espera de um coxo ou um sentado que lá vá.
Nos transportes públicos há um lugar reservado a deficientes, eu sinto vergonha em viver numa sociedade que tem necessidade de cartões vermelhos, esta necessidade de ter um lugar obrigatório para pessoas com deficiência, a mim como cidadão diz-me que vivo numa civilização ainda por civilizar.
Era tão bonito entrar no autocarro sem lugares reservados, onde qualquer pessoa me dava lugar e assim tinha-mos uma sociedade fraterna.
Muitas vezes entro no autocarro e em vez de alguém me dar lugar, olham-me com repugnância e ainda por cima estão no lugar que me é reservado.
Estes exemplos tal como outros são para dizer que a nossa cidadania é movida por uma componente moral mas temos de ir mais longe, e eu sou contra a moral apenas, ou melhor dizendo, moral é um mal necessário numa sociedade que não ama.
Muito mais que as barreiras arquitectónicas são as barreiras de mentalidade que a moral camufla e só o amor dá sentido a tudo.

9 comentários:

Leonor Sousa disse...

Obrigado Daniel, pelo que és ....pelo que transmites...admiro-te, em tudo e por tudo, se o mundo fosse feito de seres maravilhosos como tu isto era de certeza o paraíso. bj .da amiga Leonor

Leonor Sousa disse...

ah!!!! esqueci-me , corrige o meu nome" Leonor"

Daniel Santos disse...

Obrigado, desculpa em vez Leonor ter escrito Loenor. Deixo uma oração.
Senhor, eu lhe dou graças pelo amigo que me destes.
É através de sua presença que tu ficas ao meu lado.
Olhando para seus olhos, descobri o sentido profundo.
Que se oculta no teu próprio olhar!


Deixando-me cativar pelo seu contagiante sorriso, aprendi também a sorrir.
Ouvindo suas confidências sinceras, aprendi a escutar tua voz.
Recebendo tantas provas de carinho, aprendi a amar os que convivem comigo.
Partilhando a vida, a fé, os erros, as lágrimas e as alegrias.
Eu te admirei no rosto sereno do meu amigo.

Graças de dou, meu Deus, por que te revelas em gestos tão humanos que passo experimentar-te sempre na pessoa deste amigo que me ama!
Fazes com que ele seja muito feliz e que eu te encontre sempre na transparência de não só nossa amizade mas pelas pessoas fantásticas que vão me ajudando a caminhar.
Amém

Leonor Sousa disse...

"...obrigado Senhor pelo amigo que puseste no meu caminho, abençoa-o e enche-o da Tua Graça...."

GatosMania disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
GatosMania disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
GatosMania disse...

Olá Daniel
Espectacular !

Também gostava que falasse deste tema na escola.

Pois é "as barreiras arquitectónicas são as barreiras de mentalidade que a moral camufla e só o amor dá sentido a tudo"

Ainda há muito para mudar na nossa sociedade dita civilizada

Unknown disse...

Boa noite,

Só hoje conheci esta escrita maravilhosa, cada epressão tão perfeita!

Indentifico-me com a maneira do Daniel sentir. E o olhar que tem pela sociedade é um olhar construtivo, o que a mesma não se interessa em ter a modo individual. Cada um de nós ajuda a preencher/completar o "todo", por essa razão nenhum de nós deveria estar a viver de modo adaptado no "todo".

Adorei.

Unknown disse...

*expressão